30 de mar. de 2012

Bebê fechado em carro por quatro horas morre em Aparecida de Goiânia – Goiás


Bebê fechado em carro por quatro horas morre em Aparecida de Goiânia – Goiás


Carro que estavo o bebe
Nesse veículo uma criança de um ano morreu asfixiada após ficar trancada sozinha por 4 horas. 

Quais motivos levariam uma mãe deixar um bebê de um ano de idade “brincar” sozinha em um carro?

Bem, acho que as próprias palavras da mãe podem nos dar a resposta:

“Ele [o bebê] estava com manhã, então, eu o coloquei no carro, porque ele gostava de brincar lá. Toda vez que eu colocava, ele se acalmava. Só que eu entrei [em casa] e, como eu tinha tomado um remédio para enjoo, eu acabei dormindo e acordei com o meu marido dizendo que ele estava morto. Eu sempre deixei os vidros abertos e não sei como eu dei esse vacilo de deixar os vidros fechados desta vez”, explica Andressa.

Aparentemente, o que predomina no comportamento da mãe, uma clara noção de cuidado e proteção ou o desejo de castigar ou punir o bebê por sua manhã?

“Segundo a delegada responsável pelo caso, Myriam Vidal, Andressa poderá responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar, porque, segundo a delegada, ela sabia dos riscos quando deixou a criança no carro. ‘A mãe tem a obrigação legal de proteger a criança e, colocando o bebê no carro com os vidros fechados durante o sol, ela assumiu o risco do óbito’. De acordo com Myriam Vidal, o pai do bebê está preso por tráfico de drogas e os dois lutavam na Justiça pela guarda do filho.

Veja a mais informações abaixo:


'Nunca faria mal a ele', diz mãe do bebê que morreu dentro do carro


Bebê fechado em carro por quatro horas morre em Aparecida de Goiânia



Fonte: G1 de 27 de março de 2012, apud Blog Educar Sem Violência. Cida Alves. <http://toleranciaecontentamento.blogspot.com.br/>.2012.

Estupidez é uma arma letal por Fernando Gabeira


Estupidez é uma arma letal por Fernando Gabeira


“Será incorporado aos códigos penais o crime de estupidez para aqueles que cometem” (Eduardo Galeano, El Derecho al Delirio)
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A morte do estudante brasileiro Roberto Laudásio Cuti, assassinado pela polícia da Austrália, em Sidney, merece uma atenção especial no Brasil.

Já tivemos o caso de Jean Charles de Menezes, assassinado pela policia britânica em Londres. Jean foi confundido com um suspeito de terrorismo.

Já Roberto, foi confundido com um homem que roubou um saco de biscoito. Os policiais australianos usaram uma arma não letal, dessas que disparam choques elétricos.

Acontece que dispararam três choques de 400 wolts e possivelmente paralisaram o sistema respirátorio de Roberto.
Fernando Gabeira




A primeira licão é clara: não há armas não letais quando entra em cena a estupidez humana. Tudo fica muito perigoso.



Mas é importante que o Brasil estude esses casos. Todos os países orientam seus cidadãos em situações especiais.

Tanto os imigrantes como os jovens que saem para estudar precisam ser orientados.No entanto, a única indicacão que salta, no primeiro exame, é que ambos, assustados, tentaram evitar a abordagem da polícia.

Decisiva também sera a reação do Brasil. Atirar contra suspeitos, como na Inglaterra, ou disparar tres cargas elétricas contra uma pessoa, é um absurdo.

O Brasil tem caminhos para protestar e foruns internacionais para isso. Por que é que Ministra Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, não para um pouco para pensar nos brasileiros no exterior e procure uma forma de ajudá-los.

Fonte: www.gabeira.com.br, apud Blog Educar Sem Violência. Cida Alves. 2012. <http://toleranciaecontentamento.blogspot.com.br/>.

Colaboração de Eleonora Ramos, jornalista e coordenadora do Projeto Proteger – Salvador/ Bahia em 21 de março de 2012.

CPI aprova repúdio à decisão do STJ sobre estupro de menor


CPI aprova repúdio à decisão do STJ sobre estupro de menor

 

Tribunal inocentou acusado porque crianças tinham vida sexual ativa.
Associação de Procuradores diz que STJ é 'afronta' a princípio da proteção.



A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre Violência Contra a Mulher, integrada por deputados e senadores, aprovou nesta quinta-feira (29) uma nota de repúdio à decisão da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de inocentar um homem acusado de estuprar três crianças de 12 anos.

Na decisão, divulgada na terça-feira (27), os ministros da seção entenderam, por 5 votos a 3, que o homem não poderia ser condenado porque as crianças “já se dedicavam à prática de atividades sexuais desde longa data".

G1 consultou a assessoria do STJ sobre a nota de repúdio. A assessoria informou que trata-se de uma decisão judicial tomada por um colegiado e da qual ainda cabe recurso ao próprio STJ e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Até 2009, a legislação brasileira considerava qualquer relação sexual com menores de 14 como presunção de violência. O artigo do Código Penal foi revogado e passou a ser considerado "estupro de vulnerável" qualquer relação com menor de 14 anos. A pena pode chegar a 15 anos de prisão.

Segundo o STJ, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) já havia inocentado o homem argumentando que "a mãe de uma das crianças afirmou que a filha enforcava aulas e ficava na praça com as demais para fazer programas com homens em troca de dinheiro".

"Embora imoral e reprovável a conduta praticada pelo réu, não restaram configurados os tipos penais pelos quais foi denunciado", disse o acórdão do TJ.
Depois da decisão do TJ, a Quinta Turma do STJ reverteu a decisão, decidindo pelo "caráter absoluto da presunção de violência" no caso de estupro praticado contra menor de 14 anos.

A defesa, então, recorreu da decisão. O caso foi analisado pela Terceira Seção, que entendeu pela presunção relativa de violência, considerando que cada caso deve ser analisado individualmente.

A CPI mista da Violência contra a Mulher no Congresso afirma, em comunicado, que a decisão "desrespeita os direitos fundamentais das crianças e acaba responsabilizando as vítimas, que estão em situação de completa vulnerabilidade".
Uma nota a ser enviada ao STJ, segundo a comissão, pede a revisão da decisão que inocentou o homem.

O Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) afirmou, em nota, que a decisão "dá caminho interpretativo correto" ao Código Penal.

"A nova previsão do crime de estupro de vulnerável, em leitura fechada, poderia levar a excessos, o que foi repelido pela decisão do STJ. Não se trata, assim, como foi afirmado, de impunidade para um dos crimes mais graves, nem mesmo de julgar a vítima, mas de se permitir à prudência judicial a análise do caso concreto, podendo, conforme sejam as características desse, dizer, ou não, pelo crime", diz nota assinada pelo presidente da comissão de direito penal do instituto, Renato de Mello Jorge Silveira.

Ministro da Justiça

O ministro da Justiça, 
José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta que é preciso aguardar para saber se a decisão será mantida.

"Eu como estudioso de Direito tenho uma posição contrária, mas o tribunal tem essa decisão. Não sei se ela será mantida, se é definitiva, mas aguardaremos o resultado final", declarou.

Secretaria de Direitos Humanos

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República se manifestou contra a decisão e afirmou que encaminhará pedido ao procurador Geral da República, Roberto Gurgel, e ao Advogado-Geral da União, Luiz Inácio Adams, "para que analisem medidas judiciais cabíveis para reversão desta decisão".

"Entendemos que os Direitos Humanos de crianças e adolescentes jamais podem ser relativizados. Com essa sentença, um homem foi inocentado da acusação de estupro de três vulneráveis, o que na prática significa impunidade para um dos crimes mais graves cometidos na sociedade brasileira. Esta decisão abre um precedente que fragiliza pais, mães e todos aqueles que lutam para cuidar de nossas crianças e adolescentes", afirmou em nota a ministra Maria do Rosário.

Procuradores

Em nota, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) também criticou a decisão do STJ.

"Na visão da ANPR, a decisão é uma afronta ao princípio da proteção absoluta, garantido pela Constituição brasileira a crianças e adolescentes, e sinaliza tolerância com essa nefasta prática, ao invés de desestímulo", diz a nota.

"Imaginar que uma menina de 12 anos – notavelmente em situação de exclusão social e vulnerabilidade – estaria consciente de sua liberdade sexual ao optar pela prostituição é ultrajante", completa a nota, assinada pelo presidente da associação, Alexandre Camanho de Assis.

Fonte: G1 em 29 de março de 2012 apud Blog Educar sem Violência. Cida Alves.2012

22 de mar. de 2012

Jovem que foi espancado por ser homossexual desabafa



Uma carta escrita por Ricardo, adolescente de 15 anos, que foi divulgada pela imprensa esta semana, chamou a atenção pela sua dramaticidade. Ele mora no interior do Rio Grande do Sul, assumiu sua homossexualidade para a família e sofreu preconceito, humilhação, bullying e homofobia na escola. Ana Maria Braga falou sobre o caso no Mais Você desta quinta, 22 de março. A apresentadora recebeu o adolescente, bem como um psiquiatra infantil.

No último dia 13, ele foi ameaçado por um colega e pediu ajuda a um professor, mas não foi ouvido. Depois da aula, foi espancado. É um caso de dupla violência: bullying e homofobia. “Quem está aqui comigo é o psiquiatra infantil Gustavo Teixeira. Ele trabalha orientando professores, pais e alunos sobre o bullying dentro das escolas”, anunciou Ana Maria.

Adolescente conversa com Ana
O adolescente conversou, ao vivo, com Ana Maria Braga na casa. “Não sei exatamente como estou me sentido. Por um lado esta divulgação é boa, porque pode prevenir que outras pessoas sofram o que sofri”, destacou ele. “Estou com muito medo de sair na rua. Teve gente que disse que queria me bater se eu saísse na rua. Fiquei em uma cidade vizinha por um dia, depois tive que voltar para a cidade e mudei de escola”, contou.

“Na nova escola, nem mencionei que sou o menino que sofreu bullying, mas acho que todo mundo já sabe. Nesta escola, estou sendo bem tratado”, relatou. “Eu já sofria preconceito antes de falar isso, ninguém está imune ao bullying. Qualquer pessoa pode sofrer, por ser bonito, por ser feio. Tanto o aluno CDF quanto o aluno do fundão pode sofrer bullying e isso tem que acabar”, desabafou.

“No início, era uma carta de suicídio, mas depois me recuperei, alterei algumas coisas para poder ajudar outras pessoas e mandei para uma ONG gay”, se emocionou o jovem rapaz. “Os meus pais me dão muito apoio, eles são pessoas inteligentes e cultas. São pessoas abertas, que toleram as diferenças”, discorreu. “Se eu não tivesse denunciado, hoje não estaria aqui, estaria no túmulo”, analisou.

Psiquiatra infantil analisa o caso

Na casa, Ana recebeu Gustavo Teixeira, especialista neste tipo de situação. “As escolas precisam vestir a camisa do tratamento. É necessário que haja um casamento entre a família e a escola. Ela deve saber, primeiramente, o que é o bullying, e identificar as crianças que possam vir a sofrer este tipo de violência”, ressaltou o psiquiatra.

“Um de cada três estudantes está envolvido ou como autor, ou como alvo destas agressões. O agressor vai procurar o que ele considera uma vulnerabilidade, na verdade é uma desculpa, A primeira coisa a fazer é pedir ajuda. A família deve dar uma mensagem clara”, orientou o especialista.

Ele também contou que os alunos mostram sinais de que estão sofrendo este tipo de violência. “No domingo, ele já tem dores no corpo e não quer ir para a escola. No recreio, ele sempre fica sozinho”, exemplificou. Sobre o caso de Ricardo, o especialista aconselhou o adolescente a procurar ajuda psicológica e destacou que o apoio da família é fundamental.

“Sozinho, ele não vai conseguir resolver este problema. Ele é habilidoso, mas a escola vai ter que vestir a camisa deste aluno. Se o professor não faz nada, está legitimando o agressor a continuar”, enfatizou. 

Fonte: Mais Você. Ana Maria Braga.Globo. 2012. http://maisvoce.globo.com/MaisVoce/0,,MUL1679228-10345,00.html

Criança mordida em creche de São Manuel, SP, passará por psicólogo


Criança mordida em creche de São Manuel, SP, passará por psicólogo

Pais retiraram os dois filhos da escola e aguardam transferência.
DDM deverá ouvir os envolvidos no caso ainda nesta semana.

Alan SchneiderDo G1 Bauru e Marília
Família registrou os machucados feitos pelas mordidas.  (Foto: reprodução/arquivo pessoal )Família registrou os machucados feitos pelas
mordidas. (Foto: Reprodução/TV Tem )
A menina de um ano e quatro meses que sofreu uma série de mordidas no rosto enquanto estava em uma creche de São Manuel, SP, vai receber acompanhamento psicológico. A mãe, em entrevista ao G1, contou que a criança está assustada. "Ela acordou chorando na madrugada. Ficou se virando de um lado para outro. Também está com medo de pessoas desconhecidas”.
Um boletim de ocorrência por abandono de incapaz foi registado na Delegacia de Defesa da Mulher da cidade na terça-feira (20). A diretora e funcionários da creche devem prestar depoimentos nos próximos dias. O Conselho Tutelar de São Manuel também acompanha o caso.
Nesta quarta-feira, o G1 tentou conversar por telefone com o Secretário de Educação do município, Arnaldo Giannini Santalucia, mas ele não foi localizado.Em nota encaminhada na tarde de terça-feira, a prefeitura de São Manuel informou que a Diretoria Municipal de Educação lamenta o ocorrido e que prestará todo atendimento necessário à menina agredida, bem como orientar os pais e funcionários sobre as ações das crianças.
Entenda o caso

A mãe da menina conta que foi chamada na creche na segunda-feira (19) à tarde pela diretora do local. Quando chegou na creche, a filha estava com várias mordidas do dois lados do rosto. A diretora contou que uma outra criança, da mesma turma, teria machucado a menina. Segundo a mãe, essa foi a terceira vez que a filha foi mordida. 
Ela decidiu então procurar a polícia, já que suspeita que as crianças ficaram muito tempo sozinhas pela quantidade de mordidas que a filha recebeu no rosto. A mãe também decidiu tirar da creche a menina e o filho mais velho, de 3 anos.
Por enquanto, a menina que levou as mordidas está na casa da sogra da mãe no horário do trabalho dela. Já o menino fica com a avó materna. 

Mãe é suspeita de bater no filho com fio de eletrodoméstico em Botucatu


Mãe é suspeita de bater no filho com fio de eletrodoméstico em Botucatu 

Pai da criança descobriu o caso e denunciou o caso à polícia.
Casal é separado e Justiça decidirá o destino do menino.



Uma mãe foi denunciada pelo pai por suspeita de maus-tratos nesta quarta-feira (21), em Botucatu (SP). Segundo informações da polícia, ela confessou em depoimento na delegacia que provocou ferimentos no corpo do filho de 5 anos com um fio de aparelho elétrico.
Como a criança apresentava hematomas no braços e nas costas, o pai descobriu a violência e denunciou o caso. A Guarda Municipal foi chamada e constatou a agressão.
O menino foi levado para uma casa transitória, usada como abrigo para vítimas de violência. Antes, no entanto, passou pelo Pronto-Socorro para avaliação médica. Os pais são separados e aguardam decisão da Justiça sobre destino do filho.

19 de mar. de 2012

Menina de 2 anos torturada pela tia se recupera após ter morte cerebral declarada


Menina de 2 anos torturada pela tia se recupera após ter morte cerebral declarada

A pequena Alexis foi viver com o pai
A pequena Alexis foi viver com o pai Foto: Reprodução / Mail Online

Uma menina de 2 anos conseguiu sobreviver aos maus-tratos da tia, mesmo depois de ter a morte cerebral decretada. A pequena Alexis Salaz foi encontrada inconsciente, amarrada com fita isolante, embaixo de um chuveiro de água fria.

A menina foi levada ao hospital, na cidade de Colorado Springs, Estados Unidos, onde chegou a ter a morte cerebral declarada. Mas surpreendeu os médicos ao recuperar as habilidades mentais e físicas. A tia da criança, Mary Horsley, de 50 anos, foi condenada por abuso infantil e pode pegar uma pena entre 20 e 48 anos de prisão.

A mulher costumava tapar os olhos da menina com fita adesiva e colocá-la embaixo do chuveiro gelado, como forma de punição. A mãe de Alexis, Samantha Salaz, de 19 anos, também foi presa por abuso infantil e condenada a 24 anos de cadeia.
A tia Mary e a mãe Samantha foram presas acusadas de abuso infantil
A tia Mary e a mãe Samantha foram presas acusadas de abuso infantil Foto: Reprodução / Mail Online
Joseph Saunders, pai da menina, disse que não sabia que tinha uma filha até o julgamento. Segundo o jornal Daily Mail, Samantha teria dito a ele que havia sofrido um aborto.

- Ela é um verdadeiro milagre - disse Joseph, que levou Alexis para viver com ele, a mulher e os filhos.
A menina está passando por sessões de terapia cinco vezes por semana. Ela ainda não consegue falar, andar ou comer sozinha.


Fonte: http://extra.globo.com/noticias/mundo/menina-de-2-anos-torturada-pela-tia-se-recupera-apos-ter-morte-cerebral-declarada-4352927.html#ixzz1paujaRQh

17 de mar. de 2012

Uma vergonha: cinco militares presos na Operação Sexto Mandamento, deflagrada pela Polícia Federal (PF) foram homenageados com a Medalha Pedro Ludovico Teixeira


Uma vergonha: cinco militares presos na Operação Sexto Mandamento, deflagrada pela Polícia Federal (PF) foram homenageados com a Medalha Pedro Ludovico Teixeira

 

Medalha Pedro Ludovico


Legislativo banaliza honraria


Se passou menos de um mês desde o início oficial de suas atividades em 2012, no dia 15 de fevereiro, mas a Assembleia Legislativa já entregou 219 medalhas Pedro Ludovico Teixeira. As honrarias foram concedidas em apenas duas sessões especiais realizadas nos dias 17 e 27 do mês passado e tiveram um custo total estimado de R$ 66,13 mil, sendo R$ 302,68 por unidade. Todas foram para militares do Estado de Goiás.


O número atingido em apenas duas sessões representa quase um terço do total das medalhas, consideradas a “condecoração máxima” do Parlamento, concedidas nos primeiros 15 anos de sua existência, entre 1991 e 2006, e é quatro vezes maior do que a média anual no mesmo período, quando foi entregue a apenas 706 pessoas (veja quadro).
Medalhas Banalizadas
Conforme mostrou o POPULAR no ano passado, a honraria está banalizada. Entre 2007 e 2011 foram entregues dez vezes mais medalhas do que nos primeiros 15 anos. Foram 2.339 só no último ano (leia reportagem ao lado).
R$ 2,6 milhões

A Assembleia Legislativa entregou 2.339 medalhas Pedro Ludovico Teixeira em 2011. O custo estimado das honrarias chegaram a R$ 706,37 mil no primeiro ano da 17° Legislatura. Apesar de alto, o número é inferior a 2010, quando o Parlamento estadual distribuiu 2.667 honrarias.

No total, a Casa condecorou 8.600 pessoas desde 1991, quando a medalha foi criada. Em valores atuais, a Assembleia já gastou mais de R$ 2,6 milhões com as homenagens.

Motivo da Banalização

Um dos motivos para a banalização, relatado à reportagem pelos deputados estaduais, é o valor que as medalhas têm na promoção de policiais militares. Apesar da inexistência de critérios objetivos e de nenhuma das fontes consultadas, inclusive da Polícia Militar, informar detalhes da influência da Pedro Ludovico na mudança de patente, todos confirmaram que a honraria tem peso.
Responsável pela entrega mais de 500 medalhas desde que assumiu seu primeiro mandato de deputado, em 2011, Major Araújo (PRB) é o autor de uma das duas sessões deste ano, quando homenageou 90 policiais e bombeiros militares, suas principais bases eleitorais. A outra sessão especial, de autoria de Misael Oliveira (PDT), condecorou 129 PMs.
Major Araújo diz que o excesso de honrarias se deve à grande procura por parte dos militares. “Os deputados militares anteriores concederam muitas medalhas. Hoje, os militares nos procuram muito, pedindo”, disse, ressaltando que não só militares buscam a condecoração. “Pesa no currículo do empresário, do professor, de qualquer profissional”.

Outros parlamentares contam que o benefício dado a militares é revertido em voto.Situação que, diz um deputado governista, se repete com civis. “Imagina uma liderança do interior. É claro que quando ele vem aqui na Assembleia, acompanhado da família, e volta para sua cidade com uma medalha no pescoço, o deputado ganha o apoio dele.”

Quantidade da “condecoração máxima” concedida em fevereiro é 1/3 do total distribuído em 15 anos

Homenageados após serem presos pela PF


A falta de critérios para a medalha Pedro Ludovico pode também explicar o fato de que entre os agraciados estão pelo menos cinco militares presos na Operação Sexto Mandamento, deflagrada pela Polícia Federal (PF) com o objetivo de coibir ação de grupos de extermínio em Goiás.

São eles: tenente-coronel Ricardo Rocha (veja texto abaixo), capitão André Ribeiro Nunes, capitão Durvalino Câmara Santos Júnior, tenente Vitor Jorge Fernandes e o capitão Alexsandro Souza Santos.

Conforme o levantado pelo POPULAR no portal da Assembleia na internet, André Ribeiro e Alexsandro receberam a honraria após as prisões, que foram feitas em fevereiro de 2011. Enquanto o primeiro foi homenageado pelo Parlamento no último dia 17 de fevereiro por Misael Oliveira, o segundo recebeu sua medalha das mãos de Sônia Chaves (PSDB) em outubro do ano passado.

Paulo César Martins (PMDB) entregou a Pedro Ludovico a Vitor Jorge em 17 de setembro de 2010 e o ex-deputado Coronel Queiroz (PTB), também policial, homenageou Ricardo Rocha e Durvalino na mesma sessão especial, em 3 de agosto de 2009.

Misael, Paulo César, Sônia e Coronel Queiroz não foram encontrados pela reportagem até a conclusão desta edição.

 

Veja mais sobre a Operação Sexto Mandamento

Não esquecer
Violência Policial: jornal O Popular revela detalhes da Operação Sexto Mandamento
Mato por satisfação

Mato por satisfação 1

 

Prazer em matar


O texto abaixo revela um pouco da “atuação” do Tenente CoronelRicardo Rocha:
“Papai faz, mamãe cria e nós mata”, diz adesivo

Rosana Melo

Uma das figuras mais emblemáticas da Polícia Militar da atualidade, o tenente-coronel Ricardo Rocha Batista, de 37 anos, está fora de combate até segunda ordem da Justiça. Ontem ele foi preso preventivamente e será transferido para o presídio federal de Catanduvas (PR), com outros 16 militares.

Ricardo Rocha entrou para a PM em 1991. Já comandou as Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) em 2004 - ano que a PM mais matou em Goiás -, esteve nos comandos de Rio Verde, Formosa e atualmente estava no Grupo de Patrulhamento Aéreo (Graer) da PM. Ano passado, chegou a se candidatar a deputado estadual, mas teve a candidatura cassada pela Justiça Eleitoral.

O tenente-coronel responde na Justiça goiana a processos criminais de homicídios, todos qualificados, contra Rodrigo da Costa Torres, morto em setembro de 2002, em Goiânia, e Marcelo Coka da Silva, morto em setembro de 2004 também em Goiânia.

Em Rio Verde, ele é acusado de matar Cláudio Antônio Schu, Paulino de Almeida, Natron Rodrigues da Silva, Longuimário Coelho de Andrade e Aleandro Ribeiro Silva, às margens de um córrego, em 10 de outubro de 2003.

Ele é suspeito das mortes de Cleiton Silva Sousa, Gilson da Silva Rocha, Nilton Alves Rocha Júnior, Marcondes da Silva Carvalho e Amilton Pereira Rocha, em Cachoeira Alta, no dia 6 de março de 2006.

Consta ainda na Justiça contra o militar, processo que apura a morte de Alessandro Ferreira Rodrigues, o Nego Léo, morto em setembro de 2006; o assassinato do adolescente David Morais, em 11 de março de 2001; de Bruno dos Anjos Ribeiro, em junho de 2004; além de denúncias de abuso de autoridade e de ameaças contra testemunhas.

Afastamento


Quando comandava o batalhão de Formosa, o então major foi acusado de envolvimento em assassinatos ocorridos em Flores de Goiás e Alvorada do Norte. O Ministério Público chegou a pedir o afastamento dele do cargo e Ricardo Rocha e outros seis militares, os sargentos Wanderley Ferreira dos Santos, Gerson Marques Ferreira e Gilson Cardoso dos Santos e os soldados Francisco Emerson Leitão de Oliveira, Ederson Trindade e Lourival Torres Inez, foram presos temporariamente. Geson Marques Ferreira e Ederson Trindade foram presos ontem pela PF junto com Ricardo Rocha.

Eles teriam matado três pessoas acusadas de furtar propriedades rurais naqueles municípios. Em uma das ações, testemunhas contaram que no carro usado pelos militares havia um adesivo com os dizeres: "Papai faz, mamãe cria e nós mata"(fonte: Jornal O Popular de 16 de fevereiro de 2010).


Fonte: Jornal “O Popular” de 12 de março de 2012 apud Blog Educar Sem Violência.Cida Alves. 2012. http://toleranciaecontentamento.blogspot.com.br/