5 de jun. de 2013

Mãe diz que gêmeas de 4 anos foram violentadas por gari em escola do Rio

'Elas estão o tempo todo com medo', diz a mãe das supostas vítimas.
Caso é investigado pela 36ª DP (Santa Cruz).

Mariucha MachadoDo G1 Rio

Gêmeas vítimas de abuso em escola municipal na Zona Oeste do Rio (Foto: Mariucha Machado /G1)Gêmeas foram vítimas de abuso em escola municipal na Zona Oeste do Rio (Foto: Mariucha Machado /G1)
Um casal de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, vive momentos de angústia desde o dia 26 de maio, quando o homem desconfiou do comportamento de uma das filhas gêmeas, de 4 anos, que estava muito quieta e constantemente roía as unhas, demonstrando medo. A mãe foi conversar com as crianças e, após uma hora de tentativa, uma delas deu a entender que alguém na escola tinha mexido em suas partes íntimas. "Fui ver e achei que estava vermelhinho”, contou a mulher, que foi à 36ª DP (Santa Cruz) registrar queixa de abuso sexual. O suspeito: um gari que trabalha na escola municipO delegado mandou o casal com as filhas para o Hospital Pedro II, e a médica verificou uma alteração nas partes genitais delas. De volta à delegacia, a mãe recebeu um pedido para exame de corpo de delito, já realizado.
Depois que a primeira menina confirmou para a mãe o que tinha ocorrido, a outra menor também relatou o mesmo problema. As duas choravam muito. “Elas contaram que quem tinha feito a maldade se chamava Leandro e usava o uniforme de gari”.
Segundo a mãe, esse rapaz ficava sempre na porta da escola recebendo os estudantes. “Parecia um funcionário do colégio, porque ele estava todo dia lá.”al onde estudam as duas, local do suposto crime.
A mãe voltou à polícia e informou ao delegado Anderson Ribeiro Pinto o nome do suposto criminoso. Em nota, a Polícia Civil informou que "o caso está sendo investigado e todos procedimentos de praxe estão sendo adotados. Testemunhas estão sendo ouvidas e a vítima já realizou o exame de corpo de delito. O suposto autor, que é um gari, já foi identificado e prestou depoimento. O delegado aguarda o resultado do laudo pericial".
Sindicância aberta
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação do Rio esclareceu que, de acordo com a 10ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), assim que a mãe relatou a situação foi aberta uma sindicância para apurar o caso. Ainda de acordo com o órgão, a secretaria informa, ainda, que o funcionário da Comlurb foi afastado da escola até o fim da apuração. A CRE vai colaborar com a polícia no que for necessário.

O casal também é pai de um menino de 9 anos. Ele contou para a mãe que diversas vezes encontrou as irmãs sozinhas pelos corredores do colégio, sem os professores. “Elas andavam lá tudo”, disse o menino.
Reincidência
A mãe das gêmeas contou ao G1 que as meninas disseram que o abusou aconteceu mais de uma vez. “Elas falaram que ele levava elas para uma sala, tirava a roupa, colocava o dedo e a professora não estava perto.”

A mãe das meninas acionou o Conselho Tutelar para pedir ajuda psicológica para as crianças. “Elas estão o tempo todo com medo, acham que vão morrer porque contaram o ‘segredo’ para a mãe. Elas estão nervosas, agitadas, não ficam sozinhas.”
O Conselho Tutelar encaminhou a recepcionista para o CRE. A mãe pediu a transferência do filho para outra instituição e a abertura de uma sindicância para apurar os fatos.
Empenhada por Justiça para resolver o problema, a mãe voltou à delegacia para contar o ocorrido e encontrou a professora e o gari. Eles foram ouvidos e liberados pelo delegado. “Até agora estou sem resposta, ninguém me fala nada. Ele está solto aí e eu tenho medo do que posso acontecer. Eu acordo no meio da noite com muito medo”, relatou. “Eu e o pai dela queremos Justiça. Isso pode ter acontecido com outras crianças também”.
A avó também está revoltada com a situação. “Eu dava banho nelas e elas não deixavam eu lavar direito, ficavam travando as perninhas. Elas diziam que doía muito. Algumas vezes eu achava que elas estavam assadas, falava até com a minha filha, mas  podia ser outra coisa”, revelou. Depois que a história veio à tona para os pais, as crianças deixaram o colégio e quando passam em frente dizem que não querem voltar.
No momento em que o G1 estava na residência do casal, o Conselho Regional de Educação ligou e marcou uma reunião para sexta-feira (7), às 15h. “Achei que esse caso fosse ser resolvido mais rápido. Infelizmente tive que apelar para a imprensa para fazer Justiça. Até então eles não tinha me procurado para nada”, contou a mãe, emocionada.

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