A violência contra a criança e o adolescente
Por Eliana Lorenz
Tudo o que é feito ou
deixado de fazer que provoque dano físico, sexual e/ou psicológico à criança ou
ao adolescente é considerado uma violência.
Como exemplos temos, na
violência física: beliscões, cintadas, chineladas, puxões de orelhas, uso da
força física ao tocar na criança ou no adolescente; na violência sexual:
manipulação da genitália, exploração sexual, ato sexual com ou sem penetração;
na violência psicológica: rejeição, desrespeito, depreciação, rotulação,
xingamento, cobrança e punições exageradas; negligência ou abandono: falha ou
omissão em prover os cuidados, a atenção, o afeto e as necessidades básicas da
criança ou do adolescente, como saúde e alimentação.
A criança e o
adolescente devem ser tratados como pessoa em condição diferenciada de
desenvolvimento. Ter claro, querendo ou não, que nós somos um modelo para a
criança e o adolescente e que é preciso avaliar sempre nossa atuação. Saber que
rigidez, autoritarismo, gritaria não têm nada a ver com dar limites.
Ninguém precisa sentir dor para aprender: educar e ensinar
limites são atos de amor e proteção, um dever importantíssimo dos pais; a
educação baseada em violência, ameaças ou mentiras pode até ter resultados
imediatos, mas ensinará apenas o medo e não o respeito. Poderá deixar marcas no
corpo e na alma para o resto da vida; dizer sim ou não na hora certa, com
firmeza e segurança; sendo firmes e constantes eles aprenderão o que é certo e o
que é errado, dessa forma, estarão sendo preparados para a vida.
As crianças e os
adolescentes se desenvolvem pelas mãos de seus pais e responsáveis, aprendendo
com tudo o que ouvem e veem. É papel dos pais cuidar de seus filhos, promovendo
sua saúde, estimulando seu desenvolvimento, ensinando regras de segurança, amor
e respeito para que consigam crescer saudáveis e felizes.
Discuta com seus filhos
as regras e limites que considera importantes na educação deles. Assim terão a
noção da importância de seguir regras e respeitar limites.
Converse sobre a vida
sexual de seus filhos; dê a eles informações sobre prevenção de doenças
sexualmente transmissíveis. É melhor que eles procurem tirar suas dúvidas com
você do que com um estranho.
Preste atenção ao
comportamento de seus filhos; se houver mudanças, pergunte o que está
acontecendo.
Não tenha vergonha,
abra seu coração e se aproxime ao máximo de seus filhos, demonstre seu cuidado e
preocupação; a melhor forma de educar é conversando, elogiando, incentivando e
ressaltando tudo de bom que a criança/adolescente faz.
Para refletir:
-
bater não é educar, pois mesmo que obedeça, a criança/adolescente não aprenderá verdadeiramente, apenas deixará de fazer certas coisas por medo de apanhar e não por respeito;
-
apanhando, a criança/adolescente aprenderá a temer o maior, o mais forte ou o mais poderoso;
-
aprenderá que a violência ou a força bruta é mais importante que a razão e o diálogo;
-
pensará que ocultar ou esconder fatos pode dar bons resultados, evitando palmadas;
-
verá o adulto, figura de quem a criança/adolescente espera proteção e amparo, como não sendo confiável;
-
aprenderá que de quem se espera amor podem vir pancadas e agressões.
Texto extraído da
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
Enviado por Rúbia Cristina Rodrigues,
coordenadora do Gerarte I - Associação de Trabalho e
Produção Solidária da Saúde Mental, em 13 de dezembro de 2011.
Fonte: Blog Educar Sem Violência - Cida Alves
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