23 de jan. de 2012

Carta de repúdio ao assassinato do professor Cleides Antônio Amorim.



Cleides Antônio Amorim, um professor da Universidade Federal do Tocantins, foi assassinado a sangue fria recentemente num bar em Tocantins. O motivo? Homofobia. 

Cleides é uma das doze pessoas que já foram assassinadas nessas primeiras semanas de 2012, simplesmente por serem lésbicas, gays, bissexuais, travestis ou transexuais. Trata-se de uma epidemia de violência que está se alastrando pelo país - e mesmo assim o Governo Brasileiro se recusa a falar sobre o assunto e lidar com esta crise urgente de lei e de ordem pública. 

Assine a carta dos professores universitários do Brasil amigos de Cleides - e ajude a exigir que o Ministro da Justiça José Cardozo priorize uma resposta federal à crise de violência homofóbica que está afetando a vida de brasileiros e brasileiras – a começar por uma robusta investigação, com a punição do covarde que matou Cleides a sangue frio. A carta será entregue a Ministro - exigindo que ele investigue estes crimes imediatamente. 

Em memória de Cleides Antonio Amorim e das vítimas da homofobia - já em 2012: Chegamos ao LIMITE. 




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19 de janeiro 

Carta de repúdio ao assassinato do professor Cleides Antônio Amorim. 

Nós, professores universitários brasileiros, estamos de luto. 

Mais uma vez, a incapacidade de respeitar a diversidade e a diferença na nossa sociedade, resultou no aumento das estatísticas de crimes de ódio no Brasil. Nosso amigo e colega Cleides Antônio de Amorim, professor titular na Universidade Federal do Tocantins, foi assassinado no dia 5 de janeiro de 2012 na cidade de Tocantinópolis (TO). Ele foi vítima de um crime homofóbico brutal. 

Poderíamos vivenciar nosso luto em silêncio, reservando-nos à companhia solitária da dor e da tristeza. Mas em sã consciência, não podemos. É hora de quebrar esse pacto de silêncio do Estado brasileiro que encobre e compactua com os crimes de ódio motivados por homofobia, lesbofobia e transfobia em nosso país. 

Chegamos ao limite. 

Denunciamos o silêncio covarde das autoridades brasileiras face à crueldade dos crimes e abusos perpetrados contra cidadãos e cidadãs brasileiros, cuja expressão ou identidade sexual não estão de acordo com as normas heterossexuais dominantes. Para o professor Cleides Amorim, esta foi uma sentença de morte. No entanto, todos os brasileiros e brasileiras merecem viver sem medo num país que tem orgulho de sua diversidade e que diz promover os direitos iguais sem discriminação; todos e todas merecem o direito de se expressar livremente em todo e qualquer espaço público do Brasil. 

Exigimos que o Estado brasileiro, na pessoa do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, tome medidas urgentes e efetivas contra a onda crescente de crimes homofóbicos. Ainda mais urgentemente, demandamos ao Ministro Cardozo que tome providências imediatas para garantir que o caso do professor Cleides seja investigado até o fim, que o responsável pelo assassinato seja julgado e punido, e que medidas contínuas sejam adotadas para prevenir a incitação ao ódio e à violência. 

Amigos e colegas de Cleides Amorim, em sua memória: BASTA.


Fonte: http://allout.org/pt/actions/chegamosaolimite/taf

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