Jorge Silva Sousa*
Penso eu que pouco fui
estimulado ao imaginário infantil, lembro muito pouco das brincadeiras de
antigamente, tem algumas brincadeiras que só conheço por nome, por exemplo,
cair no poço, tinha muita vontade de brincar, mais nunca tive a oportunidade e
nem ninguém para brincar. Morei boa parte da minha infância em fazenda com meus
pais, tenho apenas uma irmã e saiu cedo de casa, minha mãe pouco deixava sair
para brincar com os outros meninos, porque eles moravam distante e trabalhava o
dia inteiro, só tinha tempo para brinca ao anoitecer, quando eu ir brincar com
eles, voltava para casa a noite. Amava Brincar de joga bola com meus primos,
mais até isso com o decorre do tempo minha proibiu.
Em casa o estimulo ao
imaginário foi pouco, porque meus pais tinham pouco conhecimento em relação à
importância da contação de história para o desenvolvimento do imaginário. Para
eles contar alguma história, eu tinham que implorar para ouvir pelo uma história,
quando eles contavam dormia feliz.
Comecei a estuda já tinha
mais de sete anos, na escola todo mundo era maior que eu, eles quase não
brincavam, eles ficava a maior parte do tempo conversando assunto de adulto. Dentro
da sala a interação era muito pouca, visto que estudava em uma classe
multisseriada, nunca ouvi minha professora contar história, a única fonte de
leitura era a cartilha, usava apenas para tomar a lição. Mas não culpo minha
professora por isso, penso que ela ensinava o que sabia e utilizava os recursos
que tinha.
Lembro-me muito pouco de ter
contato com os livros literários, as poucas histórias que ouvi era contada pelo
meu avô. Penso eu, que tive pouco tempo e pouca oportunidade para brincar de
faz de conta, de ler livros infantis, ver desenhos na televisão. Desde cedo
tive que aprender a cuidar de mim e cuidar nos afazeres da casa. Minha mãe
trabalhava fora e meu pai viajava muito, por isso mim delegou essa função.
Hoje sou assim, gosto de ler
livros baseados em fatos reais, quase não leio livro de história imaginada,
filmes muito menos, nem poemas e nem cantigas. Acredito que pouco valorizo o
meu imaginário. Mas tenho conhecimento e sei de sua importância para a vida das
crianças.
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Referência
JOSÉ, Elias. Literatura infantil: ler, contar e
encantar crianças. Porto Alegre: Mediação, 2007. p. 5 - 65
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